Por que o recrutamento não pode mais ser apenas operacional
Por muito tempo, o recrutamento foi tratado como uma função operacional, voltada apenas ao preenchimento rápido de vagas com base em currículo e experiência prévia. Mas esse modelo há muito tempo deixou de atender às demandas de um mercado dinâmico e em constante evolução. Hoje, o recrutamento de pessoas deve ser estratégico, considerando diversos aspectos do negócio como as necessidades da empresa para cada vaga aberta, sua cultura organizacional e a visão de futuro.
A escolha do perfil ideal de profissional para as equipes, deve considerar os aspectos técnicos, comportamentais e contextuais de forma integrada, só assim é possível obter alta assertividade no processo seletivo, o que pode contribuir também para a economia, já que equívocos na seleção de profissionais têm impactos negativos na saúde financeira das organizações.
Segundo a Society for Human Resource Management (SHRM), uma contratação equivocada pode custar até 50% do salário anual do colaborador, índice que pode ser ainda maior em cargos de liderança. Isso reforça a importância de processos seletivos que vão além das hard skills e do histórico linear da pessoa candidata.
O que faz do recrutamento algo verdadeiramente estratégico
O recrutamento estratégico leva em conta o perfil comportamental, os desafios da equipe, o ambiente de trabalho e o alinhamento com os valores da organização. Além disso, é uma abordagem guiada por dados, com uso de KPIs, testes e análises preditivas, aliada a escuta ativa e visão sistêmica.
O comportamento humano é um fator decisivo para adaptação, engajamento e desenvolvimento. Ele influencia diretamente como o profissional se relaciona, lida com pressão e contribui com o time. Avaliar esses aspectos com precisão exige uma combinação estruturada de entrevistas por competências, testes comportamentais, exercícios situacionais e análise de experiências anteriores. Não se trata de confiar na intuição, mas de aplicar técnica e ferramentas que aumentem a assertividade da escolha.
Os riscos do recrutamento técnico e os ganhos do alinhamento cultural
Negligenciar esse olhar comportamental gera erros recorrentes: contratações baseadas apenas na parte técnica, entrevistas mal conduzidas, falta de clareza sobre o perfil desejado e subestimação da cultura organizacional. O resultado aparece em forma de alta rotatividade, conflitos e queda de performance.
Por outro lado, quando há aderência entre o perfil da pessoa candidata e a cultura da empresa, o trabalho flui melhor. Colaboradores se adaptam com mais agilidade, entregam resultados consistentes e permanecem por mais tempo. Já o desalinhamento tende a gerar frustração e baixa produtividade, mesmo com bons conhecimentos técnicos.
Com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, os processos seletivos ganharam em agilidade e precisão. No entanto, o olhar humano continua essencial. Nenhum algoritmo substitui a escuta empática ou a sensibilidade para identificar potenciais que não aparecem de forma explícita. Relações humanas exigem humanidade, algo que não se automatiza.
O futuro do recrutamento é estratégico, humano e sustentável
O futuro do recrutamento é mais consciente, diverso e intencional. A tecnologia continuará sendo aliada, os dados apoiarão as decisões, mas será o fator humano que trará profundidade ao processo. O currículo será apenas o ponto de partida. Haverá mais espaço para trajetórias não lineares, transições de carreira e talentos com histórias únicas.
Algumas empresas já reconhecem que atrair talentos é uma responsabilidade estratégica do negócio, não apenas do RH. No entanto, outras ainda operam de forma reativa, com foco excessivo em requisitos técnicos e pouca escuta das lideranças. Recrutar de forma estratégica exige mudança de mentalidade, clareza de propósito e processos bem estruturados.
Os benefícios são evidentes: equipes com melhor desempenho, menor turnover, clima mais saudável, colaboradores engajados e contratações alinhadas à visão de futuro da empresa. Mais do que isso, um RH estratégico assume seu papel como protagonista do crescimento organizacional. Recrutamento é, e deve ser, uma alavanca de valor: técnica, humana e sustentável.
Nadjane Oliveira – É psicóloga e Diretora de Atração e Seleção do Grupo Soulan.
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