Contratação temporária: de solução emergencial à estratégia de negócio
Por muito tempo vista como uma solução emergencial, a contratação temporária vem passando por uma transformação significativa, consolidando-se como uma resposta estratégica para empresas que buscam agilidade na seleção de profissionais sem renunciar à qualidade na escolha dos perfis. Mais do que uma medida operacional, trata-se de uma poderosa ferramenta de inclusão e desenvolvimento de talentos.
Amparada pela Lei 6.019/74, essa modalidade permite às organizações responder com rapidez a picos de produção, sazonalidades ou substituições, com total respaldo jurídico. Em um mercado que valoriza diversidade, adaptabilidade e performance, o trabalho temporário se destaca como uma alternativa moderna e eficiente de gestão de pessoas.
Vantagens para empresas: eficiência, inclusão e redução de riscos
Empresas que adotam esse modelo com o suporte de consultorias especializadas contam com uma estrutura completa para recrutamento, seleção e gestão contratual, com assertividade e segurança. Esse formato reduz riscos trabalhistas e fortalece a imagem institucional diante de colaboradores, parceiros e até mesmo concorrentes. Além disso, muitas companhias já identificaram no temporário um meio eficaz para atrair profissionais com potencial de efetivação. Cada vez mais, o temporário deixa de ser apenas “passageiro”.
Por outro lado, do ponto de vista dos trabalhadores, a contratação temporária também se apresenta como uma via legítima de entrada no mercado formal. Em um país onde a informalidade ainda atinge 38% da força de trabalho, segundo a OIT, essa modalidade contribui diretamente para a inclusão de grupos historicamente marginalizados: jovens em busca do primeiro emprego, mulheres retornando ao mercado após a maternidade e profissionais acima dos 50 anos. Dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM) reforçam esse papel: em 2024, as mulheres representaram 50% das contratações temporárias.
Engajamento, pertencimento e o papel estratégico do RH
No entanto, engajar profissionais – temporários ou efetivos – tem se tornado um desafio crescente diante da velocidade das transformações tecnológicas que moldam o mundo do trabalho. Embora a geração Z costume ser associada à maior rotatividade, o cenário atual revela que até mesmo profissionais mais experientes vêm demonstrando dificuldades em manter vínculos duradouros com as empresas. A fluidez das relações, a rápida adoção de novas ferramentas e a pressão por resultados constantes contribuem para esse quadro de instabilidade.
O relatório Workforce 2025, da Korn Ferry, ilustra bem essa realidade ao apontar uma desconexão expressiva entre líderes e equipes no que diz respeito à inteligência artificial: 78% dos gestores acreditam compreender bem o impacto da IA em suas funções, mas apenas 39% dos colaboradores compartilham dessa percepção. Essa diferença de entendimento pode gerar insegurança, desengajamento e, consequentemente, dificultar a retenção de talentos.
Diante desse cenário, cabe à área de Recursos Humanos identificar as causas desses desafios e desenvolver planos de ação eficazes para superá-los. Do mesmo modo, também é papel do RH promover um ambiente acolhedor, oferecer treinamentos práticos e estabelecer uma rotina consistente de feedbacks. Essas ações reduzem a percepção de transitoriedade e fazem com que o colaborador se sinta verdadeiramente valorizado.
Seleção estratégica e o futuro da contratação temporária
É igualmente indispensável reconhecer as particularidades geracionais presentes nas equipes. Cada geração traz valores, repertórios e formas distintas de se relacionar com o trabalho. Ouvir as experiências dos profissionais mais experientes e, ao mesmo tempo, valorizar as contribuições dos mais jovens é uma das formas mais eficazes de transformar diversidade em colaboração concreta.
Na prática, tudo isso começa ainda na etapa de seleção. Avaliar somente competências técnicas já não é suficiente. Compreender o alinhamento comportamental, os valores e as motivações de cada candidato é cada vez mais relevante. Ferramentas de mapeamento rápidas e confiáveis ajudam a identificar perfis compatíveis com a cultura organizacional, contribuindo para um processo de onboarding mais eficiente, mesmo quando o tempo de contrato é limitado.
A contratação temporária, quando aplicada com seriedade e visão estratégica, vai muito além de uma solução de curto prazo. Ela é flexível, inclusiva e adaptável às demandas atuais do mercado. Certamente, pode ocupar um papel de protagonismo no futuro do trabalho – desde que as empresas estejam dispostas a reconhecer e explorar todo o seu potencial.
Marcelo Souza é CEO do Grupo Soulan e Country Manager da Thomas Brasil
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