Temos visto muitas notícias sobre a Geração Z no trabalho, mas uma delas tem me chamado bastante atenção que é a falta de ambição da geração para liderar. A princípio, sempre existiu uma expectativa básica quando se fala em trabalho, que por muitos anos esteve no imaginário dos profissionais: o desejo de ascender a cargos C-Level.

Os desafios da Geração Z no trabalho

O mercado de trabalho em constante transformação exige que os profissionais aprendam quase que diariamente a lidar com as inovações tecnológicas que afetam o dia a dia (incluindo a Indústria 4.0, o 5G e a Inteligência Artificial). Essas mudanças, teoricamente, deveriam impulsionar ainda mais o desejo de liderar dos jovens profissionais. No entanto, é curioso identificar o desinteresse das novas gerações em assumir postos de comando, uma tendência conhecida como “quiet ambition” ou, em tradução livre, “ambição silenciosa”.

Nesse sentido diversas pesquisas confirmam esse desinteresse. Uma delas, da CoderPad, plataforma de contratação de desenvolvedores, revelou que 36% dos profissionais entrevistados não têm intenção de assumir responsabilidades gerenciais. Outra, da consultoria global Korn Ferry, entrevistou 800 analistas de mercado e descobriu que 67% acreditam que os líderes atuais não estão preparados para os desafios futuros, incluindo a liderança de profissionais que pertencem às novas gerações.

É crucial refletir sobre a dificuldade de manter a Geração Z no trabalho engajada em temas essenciais para o desenvolvimento das empresas. Devemos alertar sobre como criar um ambiente harmonioso e próspero, onde diferentes gerações convivam bem e alcancem os resultados necessários para as empresas.

Os expectativas da Geração Z

Constantemente conhecida como a primeira geração nativa digital, os profissionais da Geração Z já nasceram em um cenário repleto de informações e com fácil acesso a elas. Essa característica intensificou a impaciência natural da juventude, exigindo maior orientação e foco desses indivíduos.

Liderar a Geração Z no trabalho em grandes empresas envolve superar desafios relacionados à inquietude desses jovens, que contrasta com os processos e burocracias tradicionais e por muitas vezes lentos das grandes organizações. Atualmente, a diferença entre as expectativas dos jovens e a realidade corporativa muitas vezes resulta em frustração. Portanto, para minimizá-la e obter o melhor desses profissionais, é essencial um acompanhamento constante, com metas objetivas e uma comunicação clara.

Outra dica importante para que os líderes possam lidar com as características dessa geração é reservar um tempo semanal para fornecer feedback e orientação. Definitivamente esses momentos não apenas ajudam a alinhar expectativas, mas também garantem que os jovens profissionais estejam no caminho certo para alcançar seus objetivos.

Como mantê-los engajados e motivados

Os integrantes da Geração Z são multitarefa e estão acostumados a lidar com várias atividades simultaneamente. Logo, para mantê-los engajados, é importante identificar atividades desafiadoras e definir metas claras e prazos específicos. Ao combinar tarefas variadas com objetivos bem delineados, os líderes podem evitar a desmotivação decorrente de rotinas monótonas.

A Geração Z no trabalho se motiva fortemente por questões de Diversidade, Inclusão, e Conscientização Social e Ambiental, associadas às práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance). Dessa forma, para aumentar a motivação e comprometimento é recomendável engajar os jovens profissionais em atividades relacionadas a esses temas. É essencial permitir a liberdade de criação dentro dos parâmetros organizacionais, mostrando como suas ações influenciam positivamente a empresa e a sociedade.

Por fim, os líderes precisam entender que o relacionamento com essa geração deve ser uma via de mão dupla. Enquanto os gestores ajustam suas abordagens para melhor engajar os jovens, esses profissionais devem estar abertos a compreender a dinâmica corporativa. Como resultado isso pode ser expresso claramente a eles. Uma postura flexível e adaptável de ambos os lados é crucial para o sucesso organizacional.

Marcelo Souza –  CEO do Grupo Soulan e Country Manager da Thomas International Brasil

Foto: Designed by Freepik (www.freepik.com) 

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