Marca empregadora na atração e retenção de talentos

No mercado de trabalho atual, em que as empresas enfrentam desafios como o apagão de mão de obra e a alta concorrência por talentos, torna-se cada vez mais evidente a importância de uma marca empregadora que se consolide como um diferencial competitivo relevante.

A força da marca empregadora na atração de talentos

Em uma correlação simples, uma marca forte pode funcionar como um ímã para atrair os melhores perfis. Em processos de recrutamento de alta demanda ou grande volume, especialmente para preencher vagas sazonais, a força da marca amplia o alcance e atrai mais pessoas qualificadas. Já em posições estratégicas, transmite credibilidade, solidez e propósito – atributos que pesam muito para os profissionais mais disputados do mercado. No fim, quanto mais clara e consistente é a proposta de valor ao colaborador, maior a assertividade na atração.

A boa reputação de uma empresa no mercado encurta o caminho entre o interesse do profissional e a decisão de se candidatar ou aceitar uma proposta. Além disso, quando o candidato chega ao processo seletivo já confiante no histórico da organização, o tempo de convencimento diminui e as taxas de resposta aumentam. As desistências ao longo do processo também tendem a cair significativamente. Consequentemente, esse fator torna os processos mais rápidos, melhora a experiência do candidato de ponta a ponta e aumenta a identificação cultural dos contratados.

Pesquisas recentes confirmam esse efeito. Empresas com marca empregadora forte registram até 50% mais candidatos qualificados, reduzem em 50% o custo por contratação e fecham vagas até duas vezes mais rápido, segundo a pesquisa Preferência de talentos (2024), da Universum, especialista em employer branding.

Como fortalecer a marca empregadora na prática

O fortalecimento da marca empregadora, no entanto, não se constrói apenas com campanhas publicitárias. Ele exige coerência entre discurso e prática. Nesse sentido, o processo começa com uma comunicação clara sobre o que a empresa oferece além do salário, chamada de EVP (Employee Value Proposition), ou proposta de valor ao colaborador.
>Além disso, depoimentos genuínos de colaboradores, campanhas digitais consistentes e ações de responsabilidade social e diversidade são poderosos aliados para demonstrar ao mercado os valores institucionais das organizações.

Durante o processo seletivo, cada interação importa. Quanto mais transparente e humanizada for a jornada do candidato, maior será a confiança estabelecida desde o primeiro contato. Em modelos de recrutamento terceirizado, como o RPO (Recruitment Process Outsourcing), essa coerência torna-se ainda mais crucial. Por isso, a consultoria responsável pelos processos deve atuar como porta-voz da cultura organizacional, com alinhamento profundo desde o início. Ela também precisa utilizar materiais de comunicação padronizados e treinar consultores para representar a marca de forma autêntica. Quando bem conduzido, o candidato tem uma experiência tão positiva quanto teria se o processo estivesse sendo realizado internamente.

Marca empregadora e retenção: o vínculo que sustenta resultados

O impacto de uma estratégia consistente de employer branding vai além da atração: influencia diretamente a retenção. Quando o profissional aceita a vaga porque se identifica com o propósito e os valores da empresa, e não apenas pelo cargo ou pelo salário, o engajamento aumenta e sua permanência tende a ser maior. Estudos indicam que empresas com marca empregadora forte podem reduzir sua rotatividade em até 28% e melhorar significativamente a satisfação dos colaboradores.

Por isso, é essencial compreender o employer branding como um posicionamento contínuo. Ele conecta a experiência do colaborador, a jornada do candidato e a imagem que a empresa projeta no mercado.
Desse modo, quando bem estruturado, especialmente em escala, transforma-se em uma vantagem competitiva poderosa. É capaz de acelerar contratações, reduzir custos e consolidar a reputação da organização como empregadora de referência.

No cenário atual, os talentos escolhem onde desejam trabalhar com base em propósito, cultura e experiência. Assim, investir em marca empregadora é, antes de tudo, um investimento no desenvolvimento e no futuro das companhias.

Nadjane Oliveira é psicóloga e Diretora de Atração e Seleção do Grupo Soulan.

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