Diversidade e inclusão precisam avançar nas empresas para que todos ganhem

Temos percebido um interesse crescente das organizações na adoção de políticas e programas de diversidade em suas estratégias de negócios. Sem dúvida, a valorização da diversidade é um caminho sem volta para as empresas que pretendem se destacar em seus mercados ou que buscam se tornar mais justas e inclusivas.

Poder contar com a atuação de uma equipe plural, ou seja, que tenha profissionais mulheres, negros, LGBTQPIA+, com deficiência e acima de 50 anos, entre outros, é um grande diferencial estratégico para as organizações. Um estudo global da Forbes de 2021 aponta que 85% dos executivos seniores concordam que a diversidade é importante porque impulsiona a inovação.
Além desse impulso fundamental, equipes plurais trazem também mais criatividade para o dia a dia da empresa. Adicionalmente, as companhias devem estar atentas a um ponto relevante: a diversidade pode potencializar em 35% o faturamento, segundo um estudo de 2017 da consultoria McKinsey.

Ciente de nosso compromisso em fazer com que as empresas se tornem efetivamente mais inclusivas, realizamos um estudo interno para identificar quais são os grupos de diversidade que temos na Soulan. Afinal não basta compartilhar conhecimento e incentivar que nossos clientes sejam mais inclusivos, é preciso ir além e demonstrar que também estamos abraçando essa temática.

A pesquisa foi realizada com 60 profissionais e o resultado comprova que temos avançado em nossas políticas de diversidade. Na questão racial, nosso quadro é composto por 47,1% de profissionais autodeclarados negros (pretos e pardos). Quando analisamos a questão da igualdade de gênero, temos 70,5% do quadro funcional composto por mulheres e 29,5% de homens. Já quando verificamos a inclusão de profissionais LGBPQPIA+, 8,2% de nossos profissionais fazem parte desse grupo. Por último, o número que nos deixou muito felizes foi o da diversidade geracional, pois 13,1% de nossos colaboradores estão acima de 45 anos.

Apesar de 85% das empresas concordarem que a diversidade é importante, apenas 45% têm uma estratégia de recrutamento de funcionários pertencentes aos grupos minorizados. Com isso, percebemos que a implementação de uma estratégia de diversidade é um desafio, às vezes exigindo mudanças radicais. Por sua própria natureza, a inclusão envolve uma multiplicidade de pontos de vista e um aprendizado constante. Além da escala do desafio, a possibilidade de danos à reputação da empresa associados a um erro é muito grave.

Aqui, reforçamos o papel da área de Recursos Humanos como ferramenta primordial nesse processo de valorização da diversidade, por ser a porta de entrada para as empresas. Os líderes de RH devem agir agora para melhorar a diversidade e a inclusão, ou correm o risco de serem deixados para trás.

Os dados reforçam a importância dessa atuação, comprovando que não é possível esperar mais, pois a mudança já está acontecendo. Em uma pesquisa da consultoria PwC realizada em 2015, 80% dos novos ingressantes afirmaram que a política de diversidade e inclusão de um empregador em potencial era um fator importante para escolher ou não integrar uma empresa. Dois anos depois, a UCLA mostrou que 1 de 10 funcionários LGBTQPIA+ deixaram o emprego por considerar o ambiente de trabalho hostil.

Outro aspecto que reafirma a parcela de compromisso da área de RH nesse tema é o processo de seleção, afinal é necessário promover mudanças culturais e até implementar o uso de ferramentas capazes de reduzir os vieses inconscientes no recrutamento. A organização Diversity for Social Impact, que atua nos Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido, realizou um estudo, em 2021, confirmando que candidaturas às cegas aumentam em cinco vezes a seleção de mulheres.

Entendemos que inclusão é valorizar as diferenças das pessoas e possibilitar que todos tenham sucesso em suas atividades profissionais. Um ambiente de trabalho inclusivo é aquele em que todos os funcionários se sentem parte da empresa. E as organizações inclusivas adotam políticas e práticas justas, permitindo que diversos grupos de pessoas trabalhem juntos, de maneira eficaz e de forma a alcançar todo o seu potencial.

Taís Rocha de Souza, psicóloga e diretora de Operações do Grupo Soulan.